Nosso Crítico Interno: Amigo ou Inimigo?
Embora possa causar sofrimento emocional, o crítico interno surge com a intenção de nos proteger de julgamentos e rejeições por parte dos outros. Através de suas críticas, ele tenta nos poupar da vergonha e do sofrimento que poderiam ser provocados pelas críticas alheias.
No entanto, mesmo com boas intenções, o crítico interno pode gerar efeitos negativos, ferindo nosso "eu" mais vulnerável.
Quando o Crítico Interno Aparece?
Há certas situações que costumam despertar nosso crítico interno, fazendo com que ele se manifeste para transmitir sua mensagem:
Quando estamos sob estresse.
Quando nos sentimos exaustos.
Quando nos percebemos frágeis.
Ao nos expormos .
Ao nos olharmos no espelho.
Após uma discussão com alguém querido.
Impactos do Crítico Interno nas Nossas Relações
Quanto pior for a nossa autopercepção, mais forte será a voz do nosso crítico interno. Como consequência, também aumenta nossa necessidade de aprovação dos outros, o que pode nos levar a desenvolver dependência emocional nas relações.
Como Lidar com o Crítico Interno?
Existem duas coisas que devemos evitar ao lidar com o crítico interno: discutir com ele e seguir cegamente suas orientações.
Nossa missão é reconhecer sua intenção de nos proteger, entender o motivo de suas críticas, e estabelecer limites claros para prevenir danos emocionais.
As vozes internas, como a do crítico, têm sentimentos, pensamentos e precisam ser respeitadas. Contudo, não basta apenas sermos compreensivos; é essencial transformar esse crítico em um aliado para o nosso crescimento pessoal.
Exercício para Dialogar com o Crítico Interno
Peça a um amigo ou amiga para facilitar uma conversa entre você e seu crítico interno. A pessoa que moderar o diálogo fará as seguintes perguntas, permitindo que o crítico responda primeiro:
Olá, Crítico! O que você tem para criticar em X?
Você se sente ouvido?
O que você acha que X sente quando você aparece?
Em que situações você se sente especialmente compelido a intervir?
Por que você surgiu neste momento com tanta intensidade na vida de X?
O que você acha que aconteceria se você não interviesse na vida de X?
Desde quando você está na vida de X?
O que você disse a ele naquela época?
Por que era tão importante que você aparecesse naquele momento?
Quais eram suas intenções naquela ocasião?
Quem te ensinou o que você sabe?
Que outras vozes te apoiam?
Que outras vozes se opõem a você?
Existe algo mais que você gostaria de dizer a X?
Obrigado por responder honestamente.
Este exercício nos ajuda a esclarecer as intenções do crítico, facilitando o próximo passo: ensiná-lo a criticar de maneira construtiva.
Como Reeducar o Crítico Interno?
Um ponto crucial para transformar um crítico severo é fazê-lo perceber que suas críticas podem ter um impacto negativo: sobrecarregar, pressionar, e até paralisar as oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
Dicas para uma Crítica Construtiva:
Criticar para corrigir, não para ferir.
Expressar a preocupação que está por trás da crítica.
Focar a crítica em comportamentos, não na identidade.
Evitar generalizações, referindo-se a fatos concretos.
Evitar comparações com outras pessoas.
Complementar a crítica com sugestões de ações alternativas.
Se o crítico interno se transforma de um destruidor em um aliado, ganhamos muito. Ele se torna como um bom pai, alguém a quem podemos recorrer em busca de conselhos, soluções para os desafios que nos frustram, e clareza para analisar situações difíceis ou problemáticas. Além disso, ele nos ajuda a desenvolver mais disciplina em nossa busca por melhoria contínua.
Quando bem utilizada, a crítica é uma oportunidade incrível para amadurecer e evoluir.
Sua saúde mental e emocional agradece!
Com carinho,
Aldana
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